tag:blogger.com,1999:blog-5934927674729620922024-03-05T06:08:22.495-08:00Lande OnawaleLande Onawalehttp://www.blogger.com/profile/08315464304386406404noreply@blogger.comBlogger32125tag:blogger.com,1999:blog-593492767472962092.post-76571911894823123492016-11-30T16:40:00.002-08:002016-11-30T17:12:45.923-08:00ainda é novembro, página de um eterno calendário...<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="text-align: start;">"Uma lança caneta-tinteiro/ escreveu liberdade no céu..." O. Silveira, em Poema sobre Palmares.</span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgtWnevDs13gI9LTQ98fdlxePOwkMkBWhNBuOeN4c83zuliVhp8sWj4TIRbXkqtDzmqCx9z1PQJ5v1IBOxl8z3XsT5z2pjYXH_Ii5aEovHAoHJLR9g6JXmyx-USdVvuWl6ZwG0XzjL3Fpwd/s1600/oliveira-silveira.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgtWnevDs13gI9LTQ98fdlxePOwkMkBWhNBuOeN4c83zuliVhp8sWj4TIRbXkqtDzmqCx9z1PQJ5v1IBOxl8z3XsT5z2pjYXH_Ii5aEovHAoHJLR9g6JXmyx-USdVvuWl6ZwG0XzjL3Fpwd/s320/oliveira-silveira.jpg" width="243" /></a></div>
<br />
<br />
<br />
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span class="apple-style-span"><b><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;">OLIVEIRA DOS PALMARES<o:p></o:p></span></b></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"> para Oliveira Silveira (1941-2009)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><br /></span>
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large; line-height: 200%;">plantou um chão para dançarmos livres<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large; line-height: 200%;">regou de versos nossos sonhos<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large; line-height: 200%;">com seu ingoma inaudível<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large; line-height: 200%;">incansável<o:p></o:p></span></div>
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large; line-height: 115%;">fez um país inteiro cantar</span><br />
<span style="font-family: "calibri" , sans-serif; font-size: large; line-height: 115%;"><br /></span>
<span style="font-family: "calibri" , sans-serif; font-size: 14pt; line-height: 115%;"><br /></span>
<span style="font-family: "calibri" , sans-serif; font-size: 14pt; line-height: 115%;"><br /></span>
<span style="font-family: "calibri" , sans-serif; font-size: 14pt; line-height: 115%;">(lande)</span>Lande Onawalehttp://www.blogger.com/profile/08315464304386406404noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-593492767472962092.post-83567002526186772512016-05-29T08:56:00.001-07:002016-07-14T08:06:43.335-07:00AS TELAS VIVAS DE MARCOS COSTA<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgG19uHcxdGAOdoApCkKKoeI2jTshiNU_QPS7SsdPlpS1GdBgzGWiCHJ9P32-1AzzKvnNkgicy41D6n6z5b9-lCfCKqNBh1BADFq6t-yL6AdBosHhKju5fILK3m_rNuUngSKNw30qWye336/s1600/0014PRISCILA-SODRE-copy-1024x683.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgG19uHcxdGAOdoApCkKKoeI2jTshiNU_QPS7SsdPlpS1GdBgzGWiCHJ9P32-1AzzKvnNkgicy41D6n6z5b9-lCfCKqNBh1BADFq6t-yL6AdBosHhKju5fILK3m_rNuUngSKNw30qWye336/s320/0014PRISCILA-SODRE-copy-1024x683.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
Para Sérgio Soarez e Nilo Cerqueira<br />
<br />
“pela cor do pano/nota-se que sou africano” William, compositor.<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
“A arte existe para que a verdade não nos destrua”. Foi por uma das várias portas que esta frase de Nietzsche me abre, que eu entrei na exposição TELA VIVA do artista plástico Marcos Costa. Entrei pensando neste país de Estado racista e genocida, assaltado por um Golpe Branco (lato sensu), e onde 33 homens estupraram uma menina de 17 anos! E filmaram, e divulgaram em redes virtuais... Mas assim é a arte, serve ao contexto em que estamos, a arte é o que podemos quando a vemos, ou quando a concebemos. Tal como o ser humano reitera e renova seu poder destrutivo em relação à vida e ao planeta, entrei na TELA VIVA buscando o seu contrário. E encontrei.</div>
<div style="text-align: justify;">
De cara, a criatividade e generosidade de Marcos Costa em grafitar sobre corpos, expô-los em fotografias e, deste modo, criar “autorias” indissociáveis – autorias que se multiplicam incrivelmente no videodocumentário PERFORMANCE TELA VIVA. Usar corpos como paredes, muros flexíveis – o graffiti vem das ruas – foi pra mim uma grande sacada. Como novidade, me impactou quase como a peça A Casa dos Espectros, do diretor Ângelo Flávio, onde nós “entrávamos” na cabeça da personagem!</div>
<div style="text-align: justify;">
Achei que duas ou três telas da exposição ficaram com iluminação um pouco prejudicada, mas nada que impedisse o brilho da exposição. Costumo imaginar o diálogo do curador e do artista com a luz. Como e onde os focos de luz natural ou artificial vão incidir sobre cada obra e tal. Deve ser bacana fazer isso, mesmo na falta de condições ideais para se realizar o trabalho. Afinal de contas, a grande arte é “se virar”. rs. E encantar, como é o caso na TELA VIVA. Imagens que me pareceram mais significativas foram privilegiadas em termo de luz pelos organizadores – o curador é o renomado artista plástico baiano Raimundo Santos Bida. Mas sigo imaginando esta exposição em outro espaço – seja a rua, ou uma galeria de paredes brancas. </div>
<div style="text-align: justify;">
Muito bom também é como Marcos Costa utiliza referências afro-religiosas. De um modo sutil, e ao mesmo tempo potente – potência não é igual à força – a TELA VIVA apresenta essências do nosso universo religioso, da nossa visão de mundo de origem africana, e da nossa condição contemporânea na Diáspora. A exposição nos sugere representações de divindades africanas sem dar nome de nenhum inkisi, sem que os/as modelos precisem portar ferramentas ou roupas sagradas, e sem gestos ou expressões estereotipadas para mostrar que força da natureza está ali representada. E olhem que esse cuidado, sensibilidade e criatividade na abordagem do sagrado é muito, muito mais magistral no vídeodocumentário. A meu ver, esta sutileza e potência no trato das referências afro-religiosas é algo raro nas diversas linguagens artísticas. Há exceções, obviamente - entre outras, o artista plástico Sergio Soarez, o compositor Tiganá, as poetas Urânia Munzanzu e Livia Natália. Ainda se copia muito mecanicamente (para as telas, para os palcos, para as páginas) símbolos do universo do candomblé, por exemplo – algo que até se justifica quando se trata de arte sacra, e mesmo assim, vejam-se as obras do próprio Bida, Ronaldo Martins, e Junior Pakapim.</div>
<div style="text-align: justify;">
Marcos Costa convoca o fotógrafo e as(os) modelos a transmitirem as diferentes emoções dos graffitis. E de maneira mais ou menos comoventes, conseguem. Tudo à flor da pele... Os barracos subindo pelas (en)costas de uma mulher; a fusão humano-natureza (que me fez lembrar um ensaio da fotógrafa Alile Dara na Floresta da Tijuca, Rio); a enigmática camaleoa tateando um novo mundo; o ser urbano em conflito; a pulsação festiva da favela em harmonia com o urbano, num suingue que salta da tela; a lacradora (rsrsrs) Negra Jho com sua presença de totem – e onde pele e pano se fundem - ; e as mais que poéticas imagens, que não me contenho em nomear de “iemanjuno” e “em paz com as rugas e as borboletas”. Magnífico! Poesia é subversão.</div>
Enfim, é o mundo de Marcos Costa, sua TELA VIVA.<br />
Lande M. M. Onawale<br />
Poeta e escritor<br />
P.S - Ah! O vídeo¿ Aquilo é uma obra prima para mim. Ainda não tenho condição de escrever sobre. Sigo aqui revendo-o... e revendo... Este vídeo é que está me escrevendo.<br />
<br />
<br />
<a href="https://vimeo.com/166626973" target="_blank">PERFORMANCE TELA VIVA</a>Lande Onawalehttp://www.blogger.com/profile/08315464304386406404noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-593492767472962092.post-23538761937351734622015-04-08T17:43:00.000-07:002015-04-08T17:43:52.790-07:00<div class="MsoNormal" style="margin-left: 35.4pt; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 35.4pt; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: 12pt;">CORAÇÃO SUBURBANO<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt;"> Para
Imolê Onawale<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt;">o meu coração não
quer<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt;">ser completamente
urbano<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt;">não<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt;">pulsa pop,
pós-moderno<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt;">baile funk de
salão<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt;">mas se larga à
beira-mar<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt;">lacrimando uma
canção de amor<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt;">mariscando
sensações<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt;">ruminando o tempo<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt;">(todo tempo
interior<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt;">que eu me possa
permitir)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt;">batendo no peito
do povo de keto<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt;">meu coração
brilha<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt;">para o mundo ver<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt;">e volta sempre à
mesma trilha <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt;">lenta<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt;"> de trem no trilho<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt;">volta sempre pra
você<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt;">meu coração de
subúrbio<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt;">quer o plus
metropolitano<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt;">sem os adereços
violentos<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt;">que lhe tirem o
ar provinciano<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt;">sem aquelas
coisas mais (demais)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt;">que lhe turvem o
céu<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt;">ou em que possa
sucumbir<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt;">meu coração
suburbano<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt;">gosta das luzes
da cidade<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt;">da distância da cidade<o:p></o:p></span></div>
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;">dessa possibilidade... </span><br />
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;"><br /></span>
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;"><br /></span>
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;"><br /></span>
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;"><br /></span>
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;"><br /></span>
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;"><br /></span>
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;"><br /></span>
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;">Em 2006, pelas mãos da jornalista e produtora Urânia Munzanzu, tive o poema acima escolhido para integrar a série "Salvador em Versos" da TVE- BA. Um estagiário, do qual perdi o contato e ainda busco, fez este belo 'clipoema'. Confiram.</span><br />
<br />
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif;">https://www.youtube.com/watch?v=WsqTegFgxik&feature=youtu.be</span><br />
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;"><br /></span>
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;"><br /></span>
Lande Onawalehttp://www.blogger.com/profile/08315464304386406404noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-593492767472962092.post-82539294817689140432015-03-21T11:59:00.002-07:002015-03-21T12:25:04.011-07:00<h3 style="margin-left: 106.2pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-weight: normal; text-indent: 35.4pt;">Atendendo ao convite do Grupo Nzinga de Capoeira Angola-Salvador (Mestras Janja e Paulinha, Mestre Poloca), participei, junto com a poeta Jocélia Fonseca, de um sarau após a roda do grupo. A atividade, ainda pela passagem do Dia Internacional da Mulher (8 de março), acontece ás sextas, e ontem teve como homenageada a escritora Maria Carolina de Jesus. Para mim, foi grande honra, esse encontro com pessoas amigas de longas datas. Mestra Paulinha (Paula Barreto), à época contra-mestre, foi a 'mais velha' quem me ensinou os primeiros movimentos de Capoeira Angola, antes que eu pudesse treinar com às </span><span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-weight: normal; text-indent: 35.4pt;">alunas e</span><span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-weight: normal; text-indent: 35.4pt;"> </span><span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-weight: normal; text-indent: 35.4pt;">alunos mais velhos no GCAP. Ao longo da minha formação humana (que continua, obviamente), na família, na política, na religião tenho tido o privilégio de receber de mulheres lições mais que fundamentais de vida. Privilégio e extrema responsabilidade, tendo em vista o eterno (e cotidiano!) holocausto que o sexismo faz desabar sobre as mulheres - tragédia da qual eu não devo</span><span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-weight: normal; text-indent: 35.4pt;"> </span><span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-weight: normal; text-indent: 35.4pt;">me afastar, mesmo (e apesar de) carregando um traço fundamental do seu algoz. Celebramos, contudo, tal como na feminina entidade Capoeira, a capacidade de superação da mulher, a sua "ânsia de liberdade". </span></span></h3>
<h3 style="margin-left: 106.2pt; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; font-weight: normal;"><br /></span></h3>
<div>
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; font-weight: normal;"><br /></span></div>
<div>
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; font-weight: normal;"><br /></span></div>
<div>
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; font-weight: normal;"><br /></span></div>
<h3 style="margin-left: 106.2pt; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; font-weight: normal;">CAPOEIRA
ANGOLA<o:p></o:p></span></h3>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt;"> <i>Ao Grupo
de Capoeira Angola Pelourinho (GCAP)<o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt;"><i> Ao Mestre
Moraes</i><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br />
<br />
<br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: left;">
<span style="font-size: 12.0pt;">a chama sagrada da vela</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: left;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;">eterna</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: left;">
<span style="font-size: 12.0pt;">acima do claro-escuro dos
faróis<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: left;">
<span style="font-size: 12.0pt;">tão velha quanto oração<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: left;">
<span style="font-size: 12.0pt;">moderna<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: left;">
<span style="font-size: 12.0pt;">cobre o arco-tempo sobre nós</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: left;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt;">sábia claridade, que me cala
e põe atento</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;">complacente, e curva, e roda, e sempre</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt;">ao mais leve frágil vento...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt;">ás!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt;">de repente<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt;">fogo queimando (medo)...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt;">relaxando em riso franco<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt;">de menina sem segredo<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt;">um brinquedo...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt;">e a ciranda que as voltas do
mundo não pára<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt;">a cada salto do escuro<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt;">nos põe numa nova equação<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt;">nos faz traçar as rotas
impossíveis da sobrevivência<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt;">transpor atlânticos<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt;">cruzar chibatas<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt;">vencer as matas<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt;">e alcançar a liberdade<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt;">desde África essa força nos
anima<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt;">cobrindo de a alegria, a dor<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt;">cumprindo a volta por cima...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt;">toque de magia:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt;">triste e perseverante <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt;">qual angola e ladainha<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt;">capoeira angola <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt;">faz do banzo só saudade<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt;">recria do nó a nossa cidade<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt;">tirando, do fio, novelo<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt;">e da roda pequenina, espelho<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt;">para encarar a roda-vida todo
dia<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt;">capoeira angola <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt;">sempre<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt;">pão pro corpo<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt;">pão pra alma<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt;">pão pra mente<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt;"> <b><i> lande
- 1995</i></b><o:p></o:p></span></div>
Lande Onawalehttp://www.blogger.com/profile/08315464304386406404noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-593492767472962092.post-87476786590940175102014-09-17T15:28:00.001-07:002014-09-17T15:28:41.552-07:00<span style="background-color: white; color: #37404e; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14.3999996185303px; line-height: 20px;"> RIFANDO A CAUSA NEGRA EM TROCA DE VOTOS</span><br />
<br style="background-color: white; color: #37404e; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14.3999996185303px; line-height: 20px;" /><span style="background-color: white; color: #37404e; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14.3999996185303px; line-height: 20px;">Sob o falso manto de homenagem a gloriosa Frente Negra Brasileira, um grupo de negros equivocados e/ou meramente oportunistas usaram o ‘santo’ nome da FNB para angariar votos para os candidatos do governo, em Savador. Lançam mão de um dos maiores símbolos da luta negra no Brasil para colocar na rua uma campanha açodada, desesperada, eleitoreira e, por isso mesmo, desres</span><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #37404e; display: inline; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14.3999996185303px; line-height: 20px;">peitosa! Tantos corpos tombados nos últimos dias na mesma cidade não mereceram um milésimo dessa disposição negrista. A ausência de fóruns para debater e encaminhar nossas demandas continua sendo, na contemporaneidade, o grande túmulo do Movimento Negro (ah, no SINGULAR, por favor!). É daí, inclusive, que emerge a legião de candidatos que ano a ano vêm falar, por si mesmos, em nosso nome. Zumbis?Quisera fossem... É também dessa cova (ainda não soterrada, sonho eu) que surge agora essa triste convocação, mas que não fará revirar espíritos como os de José Correa Leite e Aristides Barbosa, impassíveis em sua dignidade.<br />Que negros e negras em movimento manifestem seu apoio aos candidatos Dilma. Rui e O... é um direito que lhes cabe. Não fecho os olhos, aliás, ao fato e ao salto da presença negra em esferas governamentais nos últimos anos, ainda que em lugares delimitados por um cerimonial branco, como convidados. Contudo, que não façam de nossas aspirações seculares, de nossos símbolos maiores muletas improvisadas para simplesmente tentar alavancar números de uma corrida eleitoral e eleitoreira. Não, senhoras e senhores, não. Homenagem à Frente Negra seria a convocação diuturna para rearticularmos nossas forças e fazer frente, por exemplo, ao genocídio da juventude negra.<br />Ficam aqui as palavras de Márcio Barbosa no artigo (ele também tem um livro sobre) “FRENTE NEGRA BRASILEIRA – Gestando um PROJETO político para o Brasil.*<br />“Nem sempre o protagonismo afro-brasileiro é lembrado de forma positiva ao longo da história. A nós os relatos oficiais geralmente reservam o papel de coadjuvantes nos grandes eventos, especialmente naqueles que ajudam a definir a situação sociopolítica do país.”<br /><br />Lande<br /><br />*Ver no site quilombhoje2.com.br</span>Lande Onawalehttp://www.blogger.com/profile/08315464304386406404noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-593492767472962092.post-12912653415578444072014-06-02T13:14:00.002-07:002014-06-02T13:28:44.357-07:00<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 1.2pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 1.2pt;">
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 18pt; line-height: 150%;">O BRANCO ANJO NEGRO </span></div>
<span style="font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 18pt; line-height: 150%;">
<!--[if !supportLineBreakNewLine]--> </span><span style="font-family: Helvetica, sans-serif; line-height: 150%;">para a atriz Vera Lopes
<!--[endif]--><span style="font-size: large;"><o:p></o:p></span></span><br />
<span style="font-family: Helvetica, sans-serif; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 1.2pt 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Helvetica, sans-serif; line-height: 150%;">Um texto dispensável, o
Anjo Negro DE Nelson Rodrigues, no contexto das celebrações dos 10 anos da CAN –
Compahia Teatral Abdias do Nascimento - e 100 anos de Abdias do Nascimento, através do imperdível e impecável Abriu de Leituras. Um texto onde, supostamente,
o autor denuncia o racismo, mas ele próprio vê e trata personagens negros como
apenas uma cor: pretos (e pretas). Não somos homens ou mulheres, mas o preto 1,
o preto 2, a preta 3... como também nos trata outros monstros (<i>lato</i>...não,
não deixa pra lá) da literatura brasileira - Fernando Sabino, Jorge
Amado, Herbert Sales, Rubens Fonseca e por aí vai. A preta fez isso, aí veio a
mulher, e fez aquilo. Não a branca, ou o branco veio, mas a Mulher, ou o Homem.
Não sois homens, pretos é que sois.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 1.2pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 1.2pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Helvetica, sans-serif; line-height: 150%;">Nelson Rodrigues... o
anjo pornográfico... alcunha criada por ele mesmo, reunindo uma segunda ‘justa
oposição’ entre substantivo e adjetivo... como é caprichosa a intelectualidade
branca nacional.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 1.2pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 1.2pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Helvetica, sans-serif; line-height: 115%;">O Núcleo Afrobrasileiro de Teatro de Alagoinhas, nosso NATA,</span><span style="font-family: Helvetica, sans-serif; line-height: 150%;"> foi lá e
fez (bem) o que pôde em termos de movimentação, adaptação, luz, figurino, mas o
texto em boa parte é um samba de branco (e de um nota só) – e a diretora
Fernanda Júlia nos confessou a todos que esbarrou nas limitações da visão de um branco
sobre nós, e sobre o racismo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 1.2pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 1.2pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Helvetica, sans-serif; line-height: 150%;">Então, tivemos o
preto, o tal preto (devo usar maiúscula?), o grande preto - </span><span style="font-family: Helvetica, sans-serif;">ele era grande, frisa o autor</span><span style="font-family: Helvetica, sans-serif; line-height: 150%;">. O preto que, eu diria,
</span><i style="font-family: Helvetica, sans-serif; line-height: 150%;">inadvertidamente </i><span style="font-family: Helvetica, sans-serif; line-height: 150%;">Nelson Rodrigues chamou de Ismael – e eu chamarei de preto 1.
Pois este preto 1 DE Nelson Rodrigues odeia ser preto. Odeia e pronto. E preto.
E ponto. Nasceu assim o desgraçado, trazendo o mal da cor, na cor. Brancos não
têm nada a ver com isso, tá vendo? Eles mesmos se discriminam e não gostam de si... </span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 1.2pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 1.2pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Helvetica, sans-serif; line-height: 150%;">Além de o
tornar médico, o complexo e a inteligência do grande preto 1, só o ajudaram a cegar um jovem branco, que o tinha como irmão, uma adolescente branca, que o tinha como pai(!), violentar uma </span><span style="font-family: Helvetica, sans-serif;">branca</span><span style="font-family: Helvetica, sans-serif;"> </span><span style="font-family: Helvetica, sans-serif; line-height: 150%;">virgem (até no nome) e a ver como grande culpada pela sua
pele escura a própria mãe e seu ventre preto corrompido pela existência. Não
sei por que Nelson Rodrigues e SEU preto não culparam logo Deus, em
última instância o responsável por toda concepção. Ah, imagino: Deus é branco...</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 1.2pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 1.2pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Helvetica, sans-serif; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 1.2pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 1.2pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Helvetica, sans-serif; line-height: 36px;">E anjo negro não existe.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 1.2pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 1.2pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Helvetica, sans-serif; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 1.2pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 1.2pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Helvetica, sans-serif; line-height: 150%;">Lande Onawale - 02/06/2014</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 1.2pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 1.2pt; text-align: justify;">
<br /></div>
Lande Onawalehttp://www.blogger.com/profile/08315464304386406404noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-593492767472962092.post-17803606142640825862014-06-01T10:00:00.001-07:002014-06-01T10:19:55.575-07:00<br />
<img height="150" src="https://scontent-b-lga.xx.fbcdn.net/hphotos-xfp1/t1.0-9/10310961_615439728539565_2698454866723006954_n.png" width="400" /><br />
<br />
<br />
<span style="background-color: white; color: #37404e; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14.399999618530273px; line-height: 20px;">AFIRMATIVA REVISTA</span><br />
<br style="background-color: white; color: #37404e; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14.399999618530273px; line-height: 20px;" /><span style="background-color: white; color: #37404e; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14.399999618530273px; line-height: 20px;">...ainda sobre o número 1 da Revista Afirmativa - como se eu já tivesse dito algo rs - os textos ficaram muito bons. Enxutos e informativos, como pede o bom jornalismo, e também espirituosos, como pede o melhor jornalismo - sobretudo a reportagem de Morgana Damásio com o historiador Clíssio Santana. Assim como em outras páginas, textos onde a palavra flui, os trocadilhos não so</span><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #37404e; display: inline; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14.399999618530273px; line-height: 20px;">bram, enfim, bons. "Paradoxalmente", na última reportagem, Clissio (ou a editoria) deixou de fora o 'espírito' de Esperança - ou alguém do lado de 'lá'... Se era segredo um certo episódio vivido por ele quando da descoberta do drama da jovem Esperança, escravizada no Recife,eu acabo de traí-lo. Em parte.<br />Menciono o fato, porque acredito que a dimensão espiritual, tal como acompanha um sem número de aspectos da nossa vida, deva acompanhar nosso trabalho acadêmico-científico. É ciência preta, afinal. It's felling!<br />As imagens e cores também gostei muito. Bem escolhidas - salvo a foto da reportagem 'Nome de Guerra'. Algo me pareceu insuficiente ali: a imagem ou a legenda... na outra página, aliás, a "melhor" imagem; a charge de Latuff e sua trágica precisão.<br />Vamos em frente - e ainda tem tanta coisa, coisa, né? Marcha Contra o Genocídio, Cinema, Teatro, Literatura, Racismo na Copa... (isso também vai ter, sim)<br />Parabéns, mais uma vez, família Afirmativa. Vida longa.<br /><br />Lande Onawale - maio, 2014</span>Lande Onawalehttp://www.blogger.com/profile/08315464304386406404noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-593492767472962092.post-30788734711459451242014-04-21T11:35:00.000-07:002014-04-22T16:04:28.687-07:00Pegadas Racistas Na Terra Preta, Fétil e Bela - o documentário Lápis de Cor<br />
<h2 style="background-color: white; bottom: 50px; color: #1c2a47; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 20px; margin: 16px 0px 0px 206px; overflow: hidden; padding: 0px;">
<span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><span itemprop="name" style="font-size: small;"> </span></span></span></h2>
<h2 style="background-color: white; bottom: 50px; color: #1c2a47; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 20px; margin: 16px 0px 0px 206px; overflow: hidden; padding: 0px;">
</h2>
<h2 style="background-color: white; bottom: 50px; color: #1c2a47; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 20px; margin: 16px 0px 0px 206px; overflow: hidden; padding: 0px;">
<span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><span itemprop="name" style="font-size: small;">"A caixa do lápis de cor brincando nas mãos de Deus. De repente, pinta gente de tudo que é cor de pele. Tão lindos e diferentes, que mesmo que Deus se mele, é divertido brincar."</span></span></span></h2>
<div>
<span itemprop="name"> </span></div>
<a href="http://www.portalaponte.com/wp-content/uploads/lapis-de-cor-reproducao.jpg" style="-webkit-transition: all 0.4s; background-color: white; color: #4db2ec; font-family: 'PT Sans', sans-serif; font-size: 14px; line-height: 21px; text-align: center; text-decoration: none !important; transition: all 0.4s;" target="_blank"><img alt="lapis de cor -reproducao" class="aligncenter wp-image-1561" src="http://www.portalaponte.com/wp-content/uploads/lapis-de-cor-reproducao.jpg" height="291" style="border: 0px; clear: both; display: block; height: auto; margin-left: auto; margin-right: auto; max-width: 100%; vertical-align: middle;" width="518" /></a><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="color: #4db2ec; font-family: PT Sans, sans-serif;"><span style="font-size: 14px; line-height: 21px;"><br /></span></span></div>
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="background-color: white; color: #4b4b4b; line-height: 21px;">O documentário “Lápis de cor” (2014), dirigido pela estudante de Cinema e Audiovisual da UFRB, Larissa Fulana de Tal, natural de Salvador e integrante do movimento de cinema negro Tela Preta, aborda a representação racial no universo infantil e a maneira como o padrão de beleza eurocêntrico afeta a auto-imagem e auto-estima de crianças negras, revelando a ação silenciosa do racismo na infância. O filme que conta histórias reais de crianças da periferia estreia em rede nacional e internacional através do </span><span style="background-color: white; color: #4b4b4b; line-height: 21px;"><b>Canal Futura no próximo dia 22 de abril (terça-feira), a partir das 14:30h</b></span><span style="background-color: white; color: #4b4b4b; line-height: 21px;">. Confira o trailler e deixe-se instigar: </span><a href="http://youtu.be/7O6G82UgTrM" style="background-color: white; color: #4db2ec; line-height: 21px; text-decoration: none ! important; transition: all 0.4s ease 0s;" target="_blank">http://youtu.be/7O6G82UgTrM</a></span></span><br />
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">(Fonte: http://www.portalaponte.com/)</span></span><br />
<span style="font-size: small;"><br /></span>
<span style="font-size: small;"><br /></span>
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="background-color: white;">PEGADAS RACISTAS NA TERRA PRETA, FÉRTIL E BELA</span></span></span><br />
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Embora ache que todos os assuntos, a
depender do modo, podem ser tratados com crianças, eu vez ou outra perco esta
certeza. Foi o caso, com o curta-metragem LÁPIS DE COR, de <b>Larissa Fulana de Tal
Santos </b>(movimento Tela Preta). <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Quando vi as imagens, pensei que só
poderia colaborar ofertando a criança que trago em mim... Mas (mais) uma
criança tão machucada já não cabia. Era preciso o acolhimento adulto.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Retomei a convicção de que se você é
uma flor em um campo onde andam paquidermes de todos os tamanhos, não há como
ser somente bela e perfumada quando algo desperta uma lembrança esmagada,
quando a simples visão ou o som de grandes pisadas evocam a violência da
existência. Alguma coisa há que tremer dentro de si. Como milhões de crianças
não-brancas no Brasil e no mundo, assim são as crianças do Lápis. Quando esquecem
que são negras, são negras, lindas e alegres, quando lembram que são negras,
esquecem que são lindas, e lembram que são tristes - e, obviamente, soam confusas.
No documentário, é certo, falta-nos os paquidermes. Só vemos as suas pegadas. Profundas.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">O filme também me dizia que a jovem
diretora, para além de questões de orçamento e condições de filmagem, devia ter
vivido o impulso e o drama entre mostrar corações sangrando, ou estancá-los
enquanto as tomadas eram feitas... Ela me pareceu ter optado pela primeira (e
tão difícil) opção, apostando, talvez, que a visão daqueles corações – mesmo
sangrando, e mesmo infantis – ainda tivesse algum poder de fazê-los gritar dentro
de quem os veriam... Larissa quis transformar música, luz, cores, e enquadramentos em
braços, olhares, cafunés, afagos e magia. Coube-nos, à equipe, segui-la. Penso que só uma mulher tomaria
essa contradição e risco nas mãos; ou melhor, no colo.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br /></span></span></div>
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br /></span></span>
<br />
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Depois de amanhã vocês me dizem se estou certo...<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br /></span></span>
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br /></span></span>
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">(Lande Onawale)</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 18pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 18pt;"><br /></span></div>
Lande Onawalehttp://www.blogger.com/profile/08315464304386406404noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-593492767472962092.post-62153559814220851732014-04-21T08:12:00.000-07:002014-04-21T08:29:01.182-07:00...porque 21 é sempre 1º de abril...<br />
<br />
<br />
<br />
NEGRO MINA<br />
<br />
<b>na lápide </b><br />
<b>o pedido de vovô</b><br />
<b>- negro mina, falou:</b><br />
<b>"tiradentes</b><br />
<b>consciente</b><br />
<b>coerente</b><br />
<b>ele não traiu os seus...</b><br />
<b><br /></b>
<b>traiu os meus"</b><br />
<br />
<br />
(L.O)Lande Onawalehttp://www.blogger.com/profile/08315464304386406404noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-593492767472962092.post-20568606109220466642014-03-11T17:41:00.000-07:002014-03-11T17:44:22.888-07:00FISSURA NUCLEAR (FUKUSHIMA)<!--[if gte mso 9]><xml>
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<a href="https://www.blogger.com/null" name="_GoBack"></a><span style="color: black; font-family: "Helvetica","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black; font-family: "Helvetica","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"> <span style="mso-tab-count: 4;"> </span><i style="mso-bidi-font-style: normal;"> para e por Luís Carlos Oliveira</i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black; font-family: "Helvetica","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"> à fúria do útero da terra</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black; font-family: "Helvetica","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">seguiu-se a fúria do núcleo</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black; font-family: "Helvetica","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"> de
um infinitésimo grão de areia</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black; font-family: "Helvetica","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">e essa ira liberta</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black; font-family: "Helvetica","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">em chamas</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black; font-family: "Helvetica","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">engoliu as chuvas dos homens</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black; font-family: "Helvetica","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">e as devolveu águas alteradas, mortíferas</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black; font-family: "Helvetica","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">no ar, uma antípoda bomba,</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black; font-family: "Helvetica","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">que sem alarde faz tudo arder</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black; font-family: "Helvetica","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">fúria mansa que se lança</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black; font-family: "Helvetica","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">voraz e corrosiva</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black; font-family: "Helvetica","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">ao âmago de tudo... que espera... </span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black; font-family: "Helvetica","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">lá, no seio de mulheres em pranto</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black; font-family: "Helvetica","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">no centro do inexplicável</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black; font-family: "Helvetica","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">o homem</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black; font-family: "Helvetica","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">calado</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black; font-family: "Helvetica","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">impotente</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black; font-family: "Helvetica","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">- a ciência não tem um plano “b”</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Há três
anos, portanto, me dei a pensar – e a chorar, talvez, não lembro – no que
aquele acidente significava não só para aquelas humanidades ali, num pedaço do
oriente, mas para todas as outras, ao redor dos oceanos, absolutamente
susceptíveis, vulneráveis a potências tão mínimas daquela mesma energia... acima,
o que acho que me cabia à época, e abaixo uma versão em inglês feita pelo
Senhor Gregory Rabassa e pela professora Peggy Sharpe - com a licença da
professora Rachel Luciana de Souza, que o traduziu no meu livro ‘Kalunga’ .
Logo a seguir, vem o poema de Luís Aseokaynha, sobre a mesma tragédia, e que
inspirou imediatamente o meu... Luís, dono de uma escrita de crueza, requinte e
beleza raras.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span lang="EN-US" style="font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: EN-US;">NUCLEAR FISSURE (FUKUSHIMA)</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span lang="EN-US" style="font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: EN-US;">the fury of the womb of earth
was</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span lang="EN-US" style="font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: EN-US;">followed by the fury of the
nucleus<span style="mso-tab-count: 1;"> </span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span lang="EN-US" style="font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: EN-US;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>of an
infinitesimal grain of sand</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span lang="EN-US" style="font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: EN-US;">and this rage set free</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span lang="EN-US" style="font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: EN-US;">in flames</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span lang="EN-US" style="font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: EN-US;">swallowed the rains of men</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span lang="EN-US" style="font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: EN-US;">and gave back as altered
waters</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span lang="EN-US" style="font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: EN-US;">in the air, a bottom bomb</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span lang="EN-US" style="font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: EN-US;">which without much fuss turns
everything to fire</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span lang="EN-US" style="font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: EN-US;">a gente fury that hurls itself</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span lang="EN-US" style="font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: EN-US;">voracious and corrosive</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span lang="EN-US" style="font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: EN-US;">at the core. . . waiting</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span lang="EN-US" style="font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: EN-US;">there, in the bosom of weeping
women</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span lang="EN-US" style="font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: EN-US;">in the center of the
inexplicable</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span lang="EN-US" style="font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: EN-US;">man</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span lang="EN-US" style="font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: EN-US;">silent</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span lang="EN-US" style="font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: EN-US;">impotent</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span lang="EN-US" style="font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: EN-US;">- science has no plan “b”</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span lang="EN-US" style="font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: EN-US;">Translator’s
note: The word “fissure” in Portuguese can be used as slang for infatuation.</span></i><br />
<br />
<b><span style="mso-bidi-font-style: normal;"><span lang="EN-US" style="font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: EN-US;">Março de 2011 </span></span></b><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span lang="EN-US" style="font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: EN-US;"><br /></span></i></div>
Lande Onawalehttp://www.blogger.com/profile/08315464304386406404noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-593492767472962092.post-72586286315585884872014-01-16T18:16:00.000-08:002014-01-25T10:04:43.634-08:00<h1 id="body_content_title" style="background-color: white; border-bottom-color: rgb(235, 235, 235); border-bottom-style: solid; border-bottom-width: 1px; font-family: sans-serif; letter-spacing: -0.06em; line-height: 1; margin: 0px 0px 15px; padding: 0px 0px 20px;">
<span style="font-size: small;"><span style="background-color: transparent;">para </span><span style="background-color: transparent; font-family: arial, sans-serif; letter-spacing: -0.05em; white-space: nowrap;">Kaique Augusto Batista dos Santos, jovem paulistano, morto em 11/01/2014,</span></span></h1>
<h1 id="body_content_title" style="background-color: white; border-bottom-color: rgb(235, 235, 235); border-bottom-style: solid; border-bottom-width: 1px; font-family: sans-serif; letter-spacing: -0.06em; line-height: 1; margin: 0px 0px 15px; padding: 0px 0px 20px;">
<span style="font-size: small;"><span style="background-color: transparent; font-family: arial, sans-serif; letter-spacing: -0.05em; white-space: nowrap;"> para Rose, e </span></span><span style="background-color: transparent; font-family: arial, sans-serif; font-size: small; letter-spacing: -0.05em; line-height: 1; white-space: nowrap;">Ivana Sol. </span></h1>
<h1 id="body_content_title" style="background-color: white; border-bottom-color: rgb(235, 235, 235); border-bottom-style: solid; border-bottom-width: 1px; font-family: sans-serif; letter-spacing: -0.06em; line-height: 1; margin: 0px 0px 15px; padding: 0px 0px 20px;">
<span style="background-color: transparent; font-family: arial, sans-serif; font-size: small; letter-spacing: -0.05em; line-height: 1; white-space: nowrap;">Para Alile Dara Onawale, filha que segue para a terra de Kaique, São Paulo...</span></h1>
<div>
<span style="font-size: small;"><span style="background-color: transparent; font-family: arial, sans-serif; letter-spacing: -0.05em; white-space: nowrap;">Em 2008, no Terreiro Tanuri Junsara, ao ser apresentado ao assentamento de Hoji Mukuumbi (Rôji Mukumbi),</span></span></div>
<div>
<span style="font-size: small;"><span style="background-color: transparent; font-family: arial, sans-serif; letter-spacing: -0.05em; white-space: nowrap;">o poeta Oliveira Silveira me falou de Hoji-ya-Henda. </span></span></div>
<div>
<span style="font-family: arial, sans-serif;"><span style="letter-spacing: -0.800000011920929px; white-space: nowrap;">Nestes dias, tenho buscado a fibra dos três...Como diz uma poeta: espada à espreita, sigamos.</span></span></div>
<h1 id="body_content_title" style="background-color: white; border-bottom-color: rgb(235, 235, 235); border-bottom-style: solid; border-bottom-width: 1px; font-family: sans-serif; margin: 0px 0px 15px; padding: 0px 0px 20px;">
<span style="font-size: 144px; letter-spacing: -8.640000343322754px; line-height: 144px;">Hoji-ya-</span><span style="font-size: 3em; letter-spacing: -0.06em; line-height: 1;">Henda</span></h1>
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<section id="body" style="background-color: white; color: #8b8b8b; font-family: sans-serif; font-size: 12px; line-height: 16px;"><div class="inner">
<div style="color: #333333; font-size: 1.26em; letter-spacing: -0.02em; line-height: 1.45em; padding-bottom: 1.5em;">
<strong>O patrono da juventude angolana</strong><br />
<img alt="Hoji Ya Henda" src="http://www.mpla.ao/imagem/hoji-ya-henda.jpeg" height="225" style="border: 0px; vertical-align: middle;" title="Hoji Ya Henda" width="225" /><br />
O camarada José Mendes de Carvalho, o célebre Comandante Hoji-ya-Henda, apelido de guerra que, em português, significa “Leão do Amor”, nasceu em N’dalatando, província do Cuanza-Norte, aos 29 de Julho de 1941.<br />
O pai, Agostinho Domingos de Carvalho, era enfermeiro auxiliar e a mãe, Florinda de Carvalho, era doméstica.<br />
A família viveu em N’dalatando e, depois, em Bula Atumba. O casal Carvalho vivia na companhia de seis filhos, dos quais José Mendes de Carvalho era o mais-velho.<br />
Os pais pertenciam à Igreja Metodista Unida de Angola, tal como José Mendes de Carvalho, que fazia parte da Juventude da Igreja Cristã em Angola (JICA) e do seu grupo coral.</div>
<div style="color: #333333; font-size: 1.26em; letter-spacing: -0.02em; line-height: 1.45em; padding-bottom: 1.5em;">
<img alt="42 Hoji Ya Henda" src="http://www.mpla.ao/imagem/42_Hoji-Ya-Henda.jpeg" height="150" style="border: 0px; vertical-align: middle;" title="42 Hoji Ya Henda" width="225" /><br />
Integrado muito jovem nas fileiras do MPLA (Movimento Popular de Libertação de Angola), o Comandante Hoji-ya-Henda morreu, em combate, no dia 14 de Abril de 1968, aos 26 anos de idade, quando liderava um ataque guerrilheiro ao quartel das tropas coloniais em Karipande, na província do Moxico.<br />
Naquele dia, cerca das 17 horas, o Comandante Henda entendeu que devia passar ao assalto e, levantado-se corajosamente, cortou o arame da vedação e mandou avançar os guerrilheiros. As suas últimas palavras foram: “Avancem guerrilheiros!” e, de seguida, foi atingido na cabeça, por uma bala.<br />
O seu corpo foi recuperado debaixo de fogo inimigo, transportado e sepultado nas proximidades do rio Lundoji, perto de Karipande, localidade do actutal município do Alto Zambeze, na província do Moxico.<br />
Como reconhecimento e homenagem ao intrépido Comandante Hoji-ya-Henda, a 1ª Assembleia do MPLA, da Frente Leste, realizada de 25 a 28 de Agosto de 1968, atribuiu-lhe o título póstumo de “FILHO QUERIDO DO POVO ANGOLANO E COMBATENTE HERÓICO DO MPLA”.<br />
Herói Nacional, ele é o patrono da juventude angolana.<br />
A data da sua morte, 14 de Abril, é comemorada, todos os anos, como o Dia da Juventude Angolana.</div>
<div style="color: #333333; font-size: 1.26em; letter-spacing: -0.02em; line-height: 1.45em; padding-bottom: 1.5em;">
<br /></div>
<div style="color: #333333; font-size: 1.26em; letter-spacing: -0.02em; line-height: 1.45em; padding-bottom: 1.5em;">
<a href="http://www.mpla.ao/jmpla.39/hoji-ya-henda.43.html">http://www.mpla.ao/jmpla.39/hoji-ya-henda.43.html</a></div>
</div>
</section>Lande Onawalehttp://www.blogger.com/profile/08315464304386406404noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-593492767472962092.post-27673189352124160262013-11-19T19:12:00.000-08:002013-11-22T09:18:48.791-08:00<div class="MsoBodyText" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-size: 10.0pt;"> <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoBodyText" style="line-height: 150%; margin-left: 70.8pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-size: 10.0pt;">A CONSELHEIRA DA CIDADE<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoBodyText" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoBodyText" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-size: 10.0pt;">Valdina Oliveira
Pinto nasceu em 15 de outubro de 1943 no bairro do Engenho Velho da Federação,
na cidade de Salvador, Bahia. Sempre morou neste bairro que é, ainda hoje, um
local onde a maioria da população é negra, e onde a presença de comunidades de
terreiro de Candomblé é marcante. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoBodyText" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
Desde a
juventude, Valdina Pinto esteve envolvida com ações sociais na sua comunidade,
acompanhando seu pai, Paulo de Oliveira Pinto – <i>Mestre Paulo </i>– ou sua
mãe, Eneclides de Oliveira Pinto, mais conhecida como <i>D. Neca</i>, que foi
líder comunitária e primeira referência política da filha. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
Da adolescência
à fase adulta, junto com a sua família, com a Associação de Moradores e com a
Igreja Católica do Bairro, Valdina Pinto desenvolve diversas atividades
assistenciais à população, logo se concentrando na alfabetização de adultos
como principal área de trabalho. Quando vem a se formar pelo antigo Instituto
Educacional Isaías Alves (IEIA), atual ICEIA, em 1962, já era uma educadora
atuante e conhecida na própria comunidade. Ensinou na sede da Associação de
Moradores, ensinou em barracão de terreiro de candomblé, ensinou em escolas, e
até na própria casa. Por seu trabalho educacional na comunidade, é convidada
pelo Corpo da Paz para lecionar Português nas Ilhas Virgens a um grupo de
estrangeiros que viria ao Brasil. É como professora do ensino fundamental do
município de Salvador que Valdina Oliveira Pinto se aposenta no final da década
de 80, mas a sina de ser <i>quem dá a lição</i>
continuará lhe acompanhando. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
No início da
década de setenta, Valdina abandona o catolicismo, e em 1975, é iniciada na
religião do Candomblé. No Terreiro Tanuri Junsara, liderado pela Sra. Elizabeth
Santos da Hora, ela é confirmada para o cargo de <i>Makota – </i>assessora da
Nengwa Nkisi (Mãe-de-Santo). Com a iniciação, recebe seu nome de origem
africana, tornando-se a Makota<i> ZIMEWANGA</i>.
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
A iniciação numa
religião de matriz africana impõe a Valdina Pinto uma <i>re-visão </i>da sua história e da cultura na qual havia sido criada.
Todo um conjunto de práticas cotidianas vivenciadas por ela desde a infância no
gueto negro do Engenho Velho da Federação passa a adquirir novos significados,
importância e sentidos a partir das lições aprendidas no terreiro de candomblé.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
Entre 1977 e
1978, Valdina Pinto integra a primeira turma do Curso de Iniciação à Língua
Kikongo, ministrado pelo congolês Nlaando Lando Ntotila no Centro de Estudos
Afro-Oriental (CEAO), marcando uma nova etapa no aprofundamento dos seus
estudos sobre as culturas de origem bantu no Brasil – sobretudo nos aspectos
religiosos. A valorização das especificidades da nação de candomblé angola, congo-angola,
de matriz linguística bantu, tem sido uma das marcas da trajetória de Valdina
Pinto que, por isso, passa a ser conhecida como <i>Makota Valdina.</i><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
Outro pensamento
da Makota Valdina é de que a comunidade de terreiro não deve fechar-se em si
mesma, buscando, ao contrário, relacionar-se com os organismos políticos e
sociais externos que sejam necessários à manutenção e consolidação das
tradições vivenciadas no terreiro. Vale ressaltar que, ainda em tempos de
ditadura política no Brasil, a Makota Valdina tornou-se a primeira mulher a
presidir a Associação de Moradores do seu Bairro, enfrentando preconceitos
políticos e de gênero, em decorrência suas inclinações oposicionistas e ao fato
mesmo de estar numa função até então ocupada por homens.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
Estas
compreensões - que estão na base da sua formação – levaram-na a compor a
diretoria da Federação Baiana de Culto Afro Brasileiro (FEBACAB), atual
FENACAB. Nesse período, seu respeito e preocupação com as tradições do
Candomblé, independente da nação, tornaram-na mais conhecida e considerada
junto aos praticantes do candomblé. Esta estima, sem dúvida, veio a ser um dos
esteios para sua escolha como presidente do Conselho de Desenvolvimento da
Comunidade Negra (CDCN). Antes mesmo de terminar sua gestão, filia-se às lutas
em defesa do Parque São Bartolomeu, um antigo santuário natural do <i>povo-de-santo</i> de Salvador. O Parque, uma
extensa reserva urbana da Mata Atlântica, definhava ante a depredação por parte
das pessoas e o silêncio dos poderes públicos. Com outras educadoras, a Makota
Valdina desenvolve programas de educação ambiental, destacando a perspectiva
religiosa acerca da natureza – “<i>A
natureza é a essência do candomblé”</i>, defendia. Desta luta surgiu o Centro
de Educação Ambiental São Bartolomeu (CEASB), onde foi educadora e hoje é
conselheira. Um outro trabalho importante no qual esteve à frente foi a
catalogação e plantio de ervas medicinais em áreas do entorno do Parque São
Bartolomeu, no subúrbio de Salvador. Não por acaso, dentro do ciclo de
palestras sobre auto-cura ministradas pelo congolês Dr. Fu-Kiau, evento
organizado pela Sra. Valdina Pinto, a visita ao parque foi um dos pontos altos.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
Copiando-a,
podemos dizer que “o candomblé é a essência da Makota Valdina”. Fincada nestas
tradições religiosas, ela tornou-se um instrumento de expressão da sabedoria
popular baiana, brasileira, de base africana. Como é próprio de uma visão de
mundo dessa origem, os conhecimentos e habilidades da Makota Valdina - o seu <i>savoir-faire</i> - se articulam e interagem
constantemente, e não se estancam, ou se resumem a uma determinada dimensão do
saber. Nela, reflexões filosóficas acerca da cosmogonia do Candomblé, mais
especificamente os de origem bantu, coabitam com um apurado senso estético na
execução de danças, ou confecção de artesanatos rituais; ao domínio da
culinária, ou do uso de ervas, une-se um repertório de <i>cantigas</i> sagradas de rara extensão. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
Em Fevereiro
2003, a Makota Valdina foi a porta-voz das religiões de matriz africana de
Salvador num encontro com o então recém empossado Ministro da Cultura, Gilberto
Passos Gil Moreira, como também foi uma das representantes do Movimento Contra
a Intolerância Religiosa em Brasília, em março do mesmo ano, sentando-se à mesa
da Câmara dos Deputados, na histórica sessão presidida pelo Deputado Federal
Luiz Alberto.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
Com a sua
palavra calma e firme, que ilumina, com a sua indignação veemente que
entusiasma, a Makota Valdina tem impressionado inúmeras platéias nas
conferências e palestras que realiza no Brasil ou no exterior. Mas, como às
vezes frisa, no cotidiano das suas relações num terreiro de candomblé, está o
seu local predileto de ensino e aprendizagem. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
Diversas são as
instituições que a tem como conselheira, ou ‘madrinha’, como é o caso da
Associação de Preservação e Defesa do Patrimônio Bantu (ACBANTU). Noutros
casos, é o seu próprio nome que ela empresta à causa da luta contra o racismo,
como ao Grupo de Estudantes Universitários Makota Valdina. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
Valdina Pinto já
recebeu diversas condecorações por seu papel na preservação do patrimônio
cultural afro-brasileiro, como o Troféu <i>Ujaama</i>, do Grupo Cultural
Olodum, o Troféu <i>Clementina de Jesus</i>, da União de Negros Pela
Igualdade (UNEGRO), a <i>Medalha
Maria Quitéria</i>, honraria da Câmara Municipal de Salvador.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
Valdina Oliveira
Pinto, a Makota Zimewaanga, a Makota Valdina é, atualmente, a conselheira ‘<i>mor</i>’ da Cidade de Salvador, convidada a
avaliar e avalizar plataformas de governo, campanhas eleitorais e mandatos
parlamentares, ou ONG’s e eventos em defesa das tradições de origem africana e
do Meio Ambiente. É também chamada a orientar grupos do Movimento Negro e a
sistematizar propostas educacionais que dêem conta da diversidade cultural da
cidade. Enfim, tornou-se presença obrigatória nos principais debates sobre os
rumos da sociedade e, sobretudo, nos espaços reservados do sagrado, onde só têm
acesso livre aquelas que se tornaram uma<i>
mais velha</i> e trazem no corpo, no conhecimento e nos próprios sentimentos
marcas ancestrais.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhDk5x9CiOIYF1EmFLmxlpJGdbdvfe1xnU-b7un70MWtf-257c1mX5_PCtw2CriDNUs5hatbjsBYoW6D4gGKgcRXW4FY1D89swfDc9x28ROXqMj74myeB_Dzj8f1sydHRmpT1zI4MppY9bY/s1600/1477406_416592508468329_226648175_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhDk5x9CiOIYF1EmFLmxlpJGdbdvfe1xnU-b7un70MWtf-257c1mX5_PCtw2CriDNUs5hatbjsBYoW6D4gGKgcRXW4FY1D89swfDc9x28ROXqMj74myeB_Dzj8f1sydHRmpT1zI4MppY9bY/s640/1477406_416592508468329_226648175_n.jpg" width="456" /></a></div>
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<b><i>Lande M.
Onawale – poeta</i> escritor e Tata Xicarangoma
do Terreiro Tanuri Junsara<o:p></o:p></b></div>
Lande Onawalehttp://www.blogger.com/profile/08315464304386406404noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-593492767472962092.post-39557698598421122032013-04-29T08:18:00.002-07:002013-04-29T08:18:55.371-07:00Sugestão de Leitura pelo Programa EspelhoEsta última semana o <b>Programa Espelho</b> sob a apresentação do diretor e ator Lázaro Ramos disponibilizou enquanto leitura recomendada o livro <span style="color: red;"><i>Sete: diásporas íntimas</i></span>.<br />
<br />
Para mais informações, visite o Blog do Programa Espelho<br />
<a href="http://programaespelho.blogspot.com.br/2013/04/livro-da-semana-sete-diasporas-intimas.html" target="_blank">http://programaespelho.blogspot.com.br/2013/04/livro-da-semana-sete-diasporas-intimas.html</a><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg2jymjwTjKeoEnCrsh7Y_hqd9DH1crJEGjzZQ-4c0pufEmRcrhb4U3BBvOw3l9RJHqncLdZjM4mcP_hJWgCbNdgpHcsN0mcb2IcstPU_zJ0gWwsCwNBoPMHdPYRaVZW8PKGYT99crJv4I-/s1600/Capa+Sete+-+Di%C3%A1sporas+%C3%ADntimas+(contos)+(1).jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg2jymjwTjKeoEnCrsh7Y_hqd9DH1crJEGjzZQ-4c0pufEmRcrhb4U3BBvOw3l9RJHqncLdZjM4mcP_hJWgCbNdgpHcsN0mcb2IcstPU_zJ0gWwsCwNBoPMHdPYRaVZW8PKGYT99crJv4I-/s320/Capa+Sete+-+Di%C3%A1sporas+%C3%ADntimas+(contos)+(1).jpg" width="197" /></a></div>
<br />
<span style="color: blue;">Sete: Diásporas íntimas</span><br />
<span style="color: blue;">Autor: Lande Onawale</span><br />
<span style="color: blue;">Editora Mazza</span><br />
<span style="color: blue;">Local de venda: Loja Katuka, Salvador-Bahia.</span>Lande Onawalehttp://www.blogger.com/profile/08315464304386406404noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-593492767472962092.post-90412306800905345242013-02-20T06:52:00.000-08:002013-02-20T06:52:11.790-08:00LEITURAS PÚBLICAS<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi3SsRXcU-End8FBnuQW_PkSXLfPlrMLY7-Cx6xALM7du74chL7WahHBbuXMfJ18qoNIlU0UuHmLUuswj3BZOy2dHpixa_mFoiCydJIdZhomcocCiP4FE6XIeeA1BzQ8xM3xJBVQAL9lLXJ/s1600/Leituras_publicas_2013.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="157" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi3SsRXcU-End8FBnuQW_PkSXLfPlrMLY7-Cx6xALM7du74chL7WahHBbuXMfJ18qoNIlU0UuHmLUuswj3BZOy2dHpixa_mFoiCydJIdZhomcocCiP4FE6XIeeA1BzQ8xM3xJBVQAL9lLXJ/s320/Leituras_publicas_2013.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
O Leituras Públicas será um encontro do público com os escritores Lande Onawale, Lívia Natália e Martha Galrão sob a mediação de Goulart Gomes. Propõe-se a ser um momento de conversa desses autores com seus leituras descrevendo suas críticas e prazeres na produção literária.<br />
<br />
Dia: QUINTA-FEIRA, 21 DE FEVEREIRO<br />
Horário: 17h<br />
Local: QUADRILÁTERO DA BIBLIOTECA PÚBLICA DO ESTADO DA BAHIA<br />
<br />
Maiores informações:<br />
Fundação Pedro Calmon -<a href="http://www.fpc.ba.gov.br/node/2437" target="_blank"> http://www.fpc.ba.gov.br/node/2437</a><br />
Lande Onawalehttp://www.blogger.com/profile/08315464304386406404noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-593492767472962092.post-49465861660574760882013-02-09T10:21:00.002-08:002013-02-09T10:22:56.187-08:00Deisy<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;"></span>...para duas gerações... e para Daise.<br />
<div class="MsoNormal">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
(Lande Onawale)<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
eu vi, Rainha eterna<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
negro Egito redivivo<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
muda escola<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
balé<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
jinga braços e pernas<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
nossos corpos censurados<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
pela história<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Deisy, soberana do tema<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
todos nós, qual Faraós perante Deus<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
ao lembrar, meu coração hiberna<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
mas não crê <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
que todo sonho se rendeu<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
por fim<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
nem Diop, nem Fela...<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
quais serão os elos<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
que me prendem a ti ?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
a luz da sua dança tão bela<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
ou os mistérios que me levam<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
além de mim?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Salvador, 9/02/2013, Carnaval</div>
Lande Onawalehttp://www.blogger.com/profile/08315464304386406404noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-593492767472962092.post-45550602856993252502013-02-06T08:41:00.000-08:002013-02-06T08:42:12.395-08:00Zózimo Bulbul<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Por Deley de Acari</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 150%;">Bulbul mereceu um obtuário de meia pagina no O Globo.
O obtuário destaca sua carreira inicial de manequim e a carreira
cinematografica televisa e como ator. Obviamente o obtuário omitiu sua
participação em filmes politicos como "parceiros de aventura" e
"a hora e a vez de augusto madraga". Nem revelaria também que Bulbul
foi um dos principais divulgadores e "multiplicadores" do socialismo
africano" no Brasil. Quando voltou do exilio, na frança e 1977 trouxe na
bagagem textos dos Panteras Negras, Frantz Fanon, Julius Nierere, Aimê Cesaire.
EM 1978 realizou no MAM um grande festival de arte negra que abriu caminho para
artistas negros revolucionários. foi no stand de <i>literaraura</i>, neste festival
que a poesia e literatura negras e artistas </span><span style="line-height: 24px;">plásticos</span><span style="line-height: 150%;"> negros tiveram suas
primeiras oportunidades.</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0.0001pt;">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 24px;">Zózimo</span><span style="line-height: 150%;"> Bulbul e eu eramos os
"coordenadores" da Ala de Passistas "Alam'bique" do GRANES
QUILOMBO. Ala onde desfilava poetas e artistas negros.</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0.0001pt;">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 150%;">No desfile de em que o QUILOMBO teve como tema
"90 DE ABOLIÇÃO" nossa ala desfilou como"</span><span style="line-height: 24px;">comissão</span><span style="line-height: 150%;"> de frente"
"eramos" ex-escravos "negros fujões" com correntes
arrebentadas no pulso. uma das coreografias da ala era o punho esquerdo fechado
e levantado em homenagem aos panteras negras.</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0.0001pt;">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0.0001pt;">
<div style="text-align: justify;">
Candeia já havia falecido e a direção da escola, o
concelho deliberativo e a direção de harmonia esta "entregue" a
negros globais, moderados e troktistas que tentaram por varias vezes durante o
desfile na rio branco impedir nossa coreografia pantera/maoistas.</div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0.0001pt;">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 150%;">Com outro dos nossos grandes mestres, Ari Araujo, </span><span style="line-height: 24px;">Zózimo</span><span style="line-height: 150%;"> organizou na Universidade Candido Mendes o Evento "SAMBA E
LINGUAGEM </span><span style="line-height: 24px;">POÉTICA</span><span style="line-height: 150%;"> fundamental para a integração
"samba&academia& linguagem </span><span style="line-height: 24px;">poética</span><span style="line-height: 150%;"> negra".</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0.0001pt;">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 150%;">Para além do que o obituário do O Globo
"revela" </span><span style="line-height: 24px;">Zózimo</span><span style="line-height: 150%;"> Bulbul, embora um ator de enorme talento, por sua
assumida ação negra comunista revolucionaria quase sempre era boicotado dentro
da própria globo, algumas vezes mesmo, por atores negros de "certo"
poder dentro do "núcleo de teledramaturgia" global. Alguns desses
aparecem nos telejornais globais dando entrevista e chorando "lagrimas de
crocodilo".</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0.0001pt;">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 150%;">Talvez tenha falado muito mas bem de </span><span style="line-height: 24px;">Zózimo</span><span style="line-height: 150%;"> Bulbul
aqui nesta mensagem. Mas tenho certeza que não consegui nem um pingo de í
diante de tudo que falta e é preciso dizer de Bulbul.</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0.0001pt;">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0.0001pt;">
Aché, Amor Livre e Luta!</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjtmvlhKJqNVAKSNZnMu1M5NS16B-4ccLM3hACKbDH9c2ZkRPFN4-5wwdVP_dzWYuGSl9Q4QOSS2y2HW6OHTEtI8aOcZ7SgsUddzaEYRrOAeV6Z-BHX1fCX2EtOM6Oubi4hwcMXPdFW49LD/s1600/zozimobul.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjtmvlhKJqNVAKSNZnMu1M5NS16B-4ccLM3hACKbDH9c2ZkRPFN4-5wwdVP_dzWYuGSl9Q4QOSS2y2HW6OHTEtI8aOcZ7SgsUddzaEYRrOAeV6Z-BHX1fCX2EtOM6Oubi4hwcMXPdFW49LD/s320/zozimobul.jpg" width="213" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<br />Lande Onawalehttp://www.blogger.com/profile/08315464304386406404noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-593492767472962092.post-27524583283659391342013-01-31T10:39:00.001-08:002013-02-02T17:22:03.275-08:00Entrevista à Revista Cinzas no Café<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; line-height: 150%; mso-bidi-font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-weight: bold;">Por Davi Nunes<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; line-height: 150%; mso-bidi-font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-weight: bold;">Por e-mail deu-se a entrevista permeada de um
lirismo, de uma eu enunciador que se quer e se manifesta negro, da Cinzas no
Café com o bancário, graduado em história, poeta, contista, compositor e
educador baiano, Lande Onawale. Lande teve seus primeiros poemas publicados no
início da década de 90, no Jornal Nacional do Movimento Negro Unificado (MNU).
Notabilizou-se pelos brilhantes poemas e contos publicados em diversas antologias:
Quilombos de Palavras (BA), Terras de Palavras(RJ) Black Notebooks (EUA),
Cadernos Negros (SP) entre outras. As suas publicações individuais são os
livros: O Vento (poemas), Kalunga – poemas de um mar sem fim/poems of an
infinite sea e Sete: diásporas íntimas (contos). <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; line-height: 150%; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">Davi
Nunes(DN)</span></b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; line-height: 150%; mso-bidi-font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-weight: bold;"> - Lande, a
infância, para grande parte dos escritores, é um berço de inspiração. Na sua
infância em Salvador se encontra os elementos que o construíram como escritor? <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; line-height: 150%; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">Lande
Onawale(LO)</span></b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; line-height: 150%; mso-bidi-font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-weight: bold;"> - Penso que sim,
mas como algo inevitável, uma inspiração não exatamente consciente. Já se disse
que a pessoa é, aos 80 anos, o que já era aos 8... Sendo uma fase onde se
consolidam aspectos fundamentais da nossa afetividade e cognição, fatalmente é
um minadouro de emoções pra toda vida. Por outro lado, há também uma atitude,
essa, sim, consciente de resgatar situações que uma dose de poesia que eu
julgue capaz de tocar, instigar, estimular o leitor presente. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; line-height: 150%; mso-bidi-font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-weight: bold;">DN - Sabemos que a branquitude, o embranquecimeto
dificultam aos negros o empoderamento de uma identidade afro-brasileira, mas no
caso da sua literatura... quando foi que surgiu, em seu texto, um eu enunciador
que se quer negro ou ele sempre existiu? <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; line-height: 150%; mso-bidi-font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-weight: bold;">LO - Num país racista como o Brasil, o desenvolvimento
de uma Consciência Negra figura-se como um renascimento. Mal saído da
adolescência, com 19, 20 anos a partir da minha aproximação do Movimento Negro,
é que meu olhar sobre uma boa parte da existência humana começa a mudar – e a
literatura, consequentemente, acompanha essa mudança.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; line-height: 150%; mso-bidi-font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-weight: bold;">DN - Como foi o processo de mudança do nome de
origem colonialista para a apropriação identitária do nome africano,
constituindo a família Onawale? <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; line-height: 150%; mso-bidi-font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-weight: bold;">LO - Foi algo, digamos, natural pra mim, óbvio. Uma
necessidade de ir mais fundo - além do pré-nome - no questionamento de uma
herança mais que colonialista, escravocrata. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; line-height: 150%; mso-bidi-font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-weight: bold;">DN - Quantas áfricas cabem em seu coração? A mítica,
a moderna ou ela toda em sua grandiosidade cultural, linguística e continental?
<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; line-height: 150%; mso-bidi-font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-weight: bold;">LO - Repito o que já disse a socióloga Vilma Reis:
queremos todas as Áfricas, inclusive a mítica! <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; line-height: 150%; mso-bidi-font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-weight: bold;">DN - A elite brasileira é tão racista e atrasada
quanto um republicano americano de cem anos; sua obra literária, além de ser
uma expressão estética, surge para a superação desse racismo? <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; line-height: 150%; mso-bidi-font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-weight: bold;">LO - A minha necessidade de expressão literária
surge com objetivos menos pretensiosos... Em algum momento – e sabe-se lá por
que – veio essa vontade de escrever sobre meus próprios sentimentos, sobre as
idiossincrasias do mundo e do ser humano. Depois, quando ‘renasço’, é que passo
a achar que a literatura que faço pode ajudar no combate ao racismo e ao
preconceito racial. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; line-height: 150%; mso-bidi-font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-weight: bold;">DN - Como se dá a relação de sobrevivência e criação
literária do escritor negro? A busca do ganha-pão imponderável dificulta o
aprofundamento em gêneros mais extensos como o romance, que exige maior tempo
disponível à escrita? <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; line-height: 150%; mso-bidi-font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-weight: bold;">LO - Sem dúvida, a labuta diária é um dificultador
ao processo criativo de algo mais complexo, como um romance, mas eu acredito
muito na disciplina, como meio de solucionar ou amenizar o drama dessa equação
– embora eu seja um indisciplinado... Outro dia, inclusive, ouvi Cuti dizendo
que, ao menos em respeito à vida conturbada de Lima Barreto, devíamos nos
constranger ao ficar reclamando de certas condições inadequadas para a criação.
<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; line-height: 150%; mso-bidi-font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-weight: bold;">DN - Sete: diásporas íntimas seu livro de contos,
que desponta poderosos personagens e signos afro-brasileiros, através de uma
escrita enxuta e madura, foi inspirado na divindade afro-brasileira Esù, como
foi o processo de escrita e de reverência ao orixá? <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; line-height: 150%; mso-bidi-font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-weight: bold;">LO - Em verdade, ainda não fiz um livro conceitual,
digo, criado a partir de um conceito. ‘O Vento’, “Kalunga...’, ‘Sete...” todos
foram ‘montados’ e, talvez, haja algum mérito na edição, pois busquei uma
coesão entre forma e conteúdo. Assim, não houve uma inspiração ‘direta’ em
iNzila/Exú, mas privilegiei textos onde estivessem presentes aspectos
essenciais desse iNkisi, dessa energia. Sete (ou Se7e rsrs), aqui, não é um
numeral, mas um conceito – talvez até um substantivo...próprio. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; line-height: 150%; mso-bidi-font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-weight: bold;">DN - A torre de marfim dos clássicos já lhe seduziu,
ou os tambores poéticos dos quilombos foram sempre os instrumentos da sua
inspiração? <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; line-height: 150%; mso-bidi-font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-weight: bold;">LO - Já, sim. Por sedução, ou por imposição. Somos
quase todos um tanto corrompidos pelo racismo, pelo eurocentrismo, né? A
pesquisa da Profª Drª Dalcastagné, constata que quase 100% dos autores e
personagens da literatura brasileira contemporânea são brancos! Se pensarmos
que essa realidade é reproduzida pelos meios de manutenção da cultura e da
educação – escola, universidade, teatro, ciname, televisão...pô, quase que não
há como escapar... mas há o tambor, né? “Tem um tambor, tem um tambor, tem um
tambor... tem um tambor, dentro do peito tem um tambor” grita Carlos Assumpção.
Aí você entende quando falo em renascimento. Fui aprender já grande a usar a
caneta como ‘agdavi’... <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; line-height: 150%; mso-bidi-font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-weight: bold;">DN - Qual a importância dos cadernos negros para a
literatura brasileira e para você já que tem trabalhos publicados neles? <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; line-height: 150%; mso-bidi-font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-weight: bold;">LO - O Cadernos é uma das antologias regulares mais
longevas das Américas – senão a mais. Só por isso, já é revestida de enorme
significado para a literatura brasileira. Contudo, o Quilombhoje com o Cadernos
Negros e outras iniciativas trazem para a cena literária nacional, essa voz
negra silenciada, de que nos fala Dalcastagné. De algum modo, penso que nosso
texto vem (inter)ferindo a ideia hegemônica (e eurocêntrica) do que se concebe
secularmente como literatura, como ‘boa’ literatura. Para mim, a publicação foi
crucial por, pelo menos, duas razões: onde primeiro publiquei, em livro, e onde
começo a lidar pra valer com a crítica – o processo de seleção dos textos
previa que autores, teóricos e leitores, pseudoidetificados, avaliariam todos
os textos. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; line-height: 150%; mso-bidi-font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-weight: bold;">DN - O mercado editorial para os escritores negros e
temas afro-brasileiros ainda é muito fechado? <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; line-height: 150%; mso-bidi-font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-weight: bold;">LO - O mercado editorial para autores e temas
proscritos é muito fechado, e nós, negros, bem como nossa vida fazemos parte da
“lista branca”, dos assuntos tabus – sobretudo quando enunciados por nós
mesmos. Evidentemente, a sociedade se transforma, a luta pelo reconhecimento da
nossa humanidade avança e, fatalmente, vemos luzes no que se pensava ser o fim
do túnel. Eu tenho, ainda, uma confiança muito grande no poder da literatura de
tocar as pessoas, de seduzí-las, encantá-las, cativa-las dentro de um desejo de
liberdade de imaginação e expressão. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; line-height: 150%; mso-bidi-font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-weight: bold;">DN - Por fim, que lição você deixa para os
escritores que se iniciam na escrita de uma literatura mais ensolarada,
buscando expressar os sentimentos azeviches presos na alma? <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; line-height: 150%; mso-bidi-font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-weight: bold;">LO - Não chamaria de lição, mas de confissão:
descobri que o grande sol vai dentro de cada um de nós. Não devemos temê-lo,
porque o medo é, como sabemos, o avesso da realização. O racismo nos interdita
a nós mesmos e, como consequência, ficamos proibidos, desautorizados a emitir uma
voz que soe autônoma, a proferir nossas verdades sobre o que quer que seja.
Nesse sentido, ser um escritor ou escritora é o que a sociedade racista menos
espera de um(a) negro(a), escrever seria quase nosso avesso, pois o que mais
fazemos nós ficcionistas senão inventar mundos e verdades? Agora imagine se dissermos
que o mundo é negro, então...Ah, não! Essa não! Assim já é demais! <i>Rsrs</i> Eu não temo escrever sobre mim/nós,
sobre “feridas que ainda estão abertas e sendo mexidas”, como já disse a
escritora Toni Morrison... Ao contrário do que dizem alguns autores e críticos
(negros, inclusive), a minha luta não me limita (nem a minha literatura), a
minha luta me liberta! Dentro de cada peito negro está toda a humanidade,
dentro de cada suspiro, cada riso, cada grito.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; line-height: 150%; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">Revista
Artístico-acadêmica Cinzas no Café</span></b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; line-height: 150%; mso-bidi-font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-weight: bold;">. Edição 3, novembro/2012, p.11-13.</span><span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; line-height: 150%;">Facebook: </span><span style="font-family: Arial, sans-serif;"><span style="line-height: 24px;">http://www.facebook.com/revistacinzasnocafe?fref=ts</span></span></div>
Lande Onawalehttp://www.blogger.com/profile/08315464304386406404noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-593492767472962092.post-22073294292740627572013-01-18T17:00:00.001-08:002013-01-18T23:39:40.767-08:00 CARAPINHA. MUITO CARA...<div class="MsoNormal" style="text-align: right;">
para Lumusi Munzanzu (Lucimara da Cruz) e
Cláudia A. Santos, meninas do Curuzu.<br />
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Cadiveu. Ou <i>cadáveu</i>, como diria o
Adún. Sem dúvida, é uma das coisas que
mais irritam os brancos em geral, e os racistas – brancos ou não – em
particular: nosso cabelo. Também pudera. Como a pele da maioria de nós, nosso
cabelo quer existir no exato sentido contrário do deles. Para cima! E o mais
absurdo, contudo: gostamos. Abusamos. Às vezes, até reinventamos novos modos de
estar bonitos através deles, os cabelos. Só pra chatear? Talvez... A cada vez
(com ou sem trocadilho) que a indústria <i>cosmeticida</i>
bombardeia a mídia, intoxicando tantos de nós, outros tantos exalam o orgulho
de ser como somos. A consciência avança. O sentimento permanece. Imagino os
brancos da publicidade, em noites insones, ou entorno de chops alegres,
buscando uma nova ideia que nos convença, a nós
pretos, de uma vez por todas: <i>É ruim! E não
é cabelo. É ‘algo’.</i> Há décadas, gerações de marqueteiros tentam cortar o
meu pela raiz. O nosso. São bons brasileiros, os publicitários... Não desistem
nunca. E nós? Também não.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Fomos mais do que testados no
Século XX. E por diversas vezes quando a opressão racista quis tocar com sua
mão assassina o âmago da nossa existência (o nosso amor próprio), nossos
cabelos gritaram. Se puseram de prontidão. Marchando eretos pelo Harlem,
balançando proféticos pelas ruas de Kingston, ou multiplicando no Carnaval de
Salvador as tranças de uma geometria ancestral. De todos os modos, eram gritos.
E ainda hoje os ecos daqueles gritos nos ajudam a ficar de pé. No round. Temos
ido às cordas, é verdade... mas a lona está muito, muito mais distante. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Há muitos tesouros guardados <st1:personname productid="em nosso cabelo. E" w:st="on">em nosso cabelo. E</st1:personname>
não dentro dele, é bom que se diga, já que a publicidade no Brasil já o quis
até como “porta-treco”. O tesouro no nosso cabelo é ele mesmo, em si, as formas
que assume, o zelo com que o tratamos. A riqueza é aquele delicado e último <i>tapa</i> no Black, é o desenho Adinkra
resgatado no sonho de uma trançadeira em algum ponto da Diáspora, é a magia de
cortar o tempo e o ar com as mais belas e encantadoras tranças <i>horrendas</i>... Nosso cabelo ainda guarda -
fora de si! – sua maior preciosidade: pares de mãos profundamente <a href="http://www.blogger.com/blogger.g?blogID=593492767472962092" name="_GoBack"></a>sensíveis, devotas da beleza, e que se sucedem há gerações.
Outras gerações. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Talvez pese 'espiritualizar' a discussão, mas gosto de pensar que somos criaturas divinas. Então, podendo ver no próprio corpo a
imagem e semelhança do belo. Pelo cabelo. Uma beleza natural... (Êpa! Beleza natural...assim...
natural, entende? Tipo natural, natural... sem <i>enrolation</i>). Temos, sim, que ouriçar nossas vozes! Afinal, não tem sido nada livre o arbítrio do alisante... Os racistas nos querem contra Deus. Azar o deles. Não seremos. <o:p></o:p><br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i>Touche pas!</i> A minha carapinha é livre! E cara. Muito cara...<o:p></o:p><br />
<br />
Lande Onawale</div>
Lande Onawalehttp://www.blogger.com/profile/08315464304386406404noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-593492767472962092.post-72386157027134719132012-04-25T05:35:00.001-07:002013-01-31T10:57:48.681-08:00Lançamento, RJ<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEic-vkejPIPKCxs5qzjBQHLN5XopL84lO1RWtILvfq_a-AKwccME85CEVX4bx57qCu-JOzZ97uyx75qygaYnC9YWozCkuPdOm-voUgcffYZE5BxJ2QOekfyvF4ITJaiFTol3bYqdehck955/s1600/ConviteCURVA1+(1)+-+C+%C2%A6pia+-+C+%C2%A6pia.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="187" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEic-vkejPIPKCxs5qzjBQHLN5XopL84lO1RWtILvfq_a-AKwccME85CEVX4bx57qCu-JOzZ97uyx75qygaYnC9YWozCkuPdOm-voUgcffYZE5BxJ2QOekfyvF4ITJaiFTol3bYqdehck955/s400/ConviteCURVA1+(1)+-+C+%C2%A6pia+-+C+%C2%A6pia.JPG" width="400" /></a></div>
<br />
<div style="text-align: center;">
<b>(Clique na foto para ampliá-la)</b></div>
Lande Onawalehttp://www.blogger.com/profile/08315464304386406404noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-593492767472962092.post-37061565785694489152012-04-03T05:21:00.002-07:002013-02-06T09:17:05.909-08:00463 anos...<div class="yiv2066082858MsoNormal" style="background-color: white; color: #454545; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">
<div style="text-align: justify;">
Bom, acabou que eu não disse uma palavra pela passagem do aniversário de Salvador. Quer dizer, pus um poema no blog... mas poema não é palavra...</div>
</div>
<div class="yiv2066082858MsoNormal" style="background-color: white; color: #454545; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">
<div style="text-align: justify;">
463 anos...Tiro a primeira dezena para ser a minha idade. 463 anos do começo de uma dominação branca efetiva no território indígena...Como ainda se pode condenar tanto a invasão de terras e prédios nesses país<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt; line-height: 14px;">?</span> Invasão, não! Ocupação!</div>
</div>
<div class="yiv2066082858MsoNormal" style="background-color: white; color: #454545; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt; line-height: 14px;">,,,e nós, em Salvador, vamos seguindo suspensos entre seus encantos e mazelas. Ou melhor, oscilamos emoções, como na letra de uma canção que fiz na adolescência e que vai abaixo deste texto. E como disse Gilberto Gil, Bahia, “...primeira missa, primeiro índio abatido também...primeiro carnaval, primeiro pelourinho também...”</span></div>
</div>
<div class="yiv2066082858MsoNormal" id="yui_3_2_0_1_1333454970973113" style="background-color: white; color: #454545; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">
<div style="text-align: justify;">
<span id="yui_3_2_0_1_1333454970973112" style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt; line-height: 14px;">Também abaixo, o poema <b>Coração Suburbano</b>, falando (talvez) da própria cidade, imaginando que certos modos metropolitanos pudessem tardar a chegar por aqui...</span></div>
</div>
<div class="yiv2066082858MsoNormal" style="background-color: white; color: #454545; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">
<br /></div>
<div class="yiv2066082858MsoNormal" style="background-color: white; color: #454545; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt; line-height: 14px;">Salvador, Salvador</span></div>
<div class="yiv2066082858MsoNormal" style="background-color: white; color: #454545; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt; line-height: 14px;">Residência do amor</span></div>
<div class="yiv2066082858MsoNormal" style="background-color: white; color: #454545; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt; line-height: 14px;">Terra do meu senhor do Bonfim</span></div>
<div class="yiv2066082858MsoNormal" style="background-color: white; color: #454545; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt; line-height: 14px;">Quando será o fim de tão pobres favelas?</span></div>
<div class="yiv2066082858MsoNormal" style="background-color: white; color: #454545; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt; line-height: 14px;">Quando tuas calçadas deixaram de ser</span></div>
<div class="yiv2066082858MsoNormal" style="background-color: white; color: #454545; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt; line-height: 14px;">Um tapete morto-vivo...?</span></div>
<div class="yiv2066082858MsoNormal" style="background-color: white; color: #454545; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt; line-height: 14px;">São crainças e mães, todos eles mendigos</span></div>
<div class="yiv2066082858MsoNormal" style="background-color: white; color: #454545; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt; line-height: 14px;">À espera de pães...de quem?</span></div>
<div class="yiv2066082858MsoNormal" style="background-color: white; color: #454545; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">
<br /></div>
<div class="yiv2066082858MsoNormal" style="background-color: white; color: #454545; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt; line-height: 14px;">Salvador, Salvador</span></div>
<div class="yiv2066082858MsoNormal" style="background-color: white; color: #454545; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt; line-height: 14px;">Quantas praias tão lindas, de belezas não findas</span></div>
<div class="yiv2066082858MsoNormal" style="background-color: white; color: #454545; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt; line-height: 14px;">Como a dor das feridas expostas</span></div>
<div class="yiv2066082858MsoNormal" style="background-color: white; color: #454545; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt; line-height: 14px;">Que ornamentam suas ruas</span></div>
<div class="yiv2066082858MsoNormal" id="yui_3_2_0_1_1333454970973121" style="background-color: white; color: #454545; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">
<span id="yui_3_2_0_1_1333454970973120" style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt; line-height: 14px;">Passam pessoas cruas</span></div>
<div class="yiv2066082858MsoNormal" style="background-color: white; color: #454545; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt; line-height: 14px;">Ficam pessoas, postas</span></div>
<div class="yiv2066082858MsoNormal" style="background-color: white; color: #454545; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt; line-height: 14px;">A minguar por comida</span></div>
<div class="yiv2066082858MsoNormal" style="background-color: white; color: #454545; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt; line-height: 14px;">A migrar de susas vidas</span></div>
<div class="yiv2066082858MsoNormal" id="yui_3_2_0_1_1333454970973119" style="background-color: white; color: #454545; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt; line-height: 14px;">A migalhas caídas é que se mantém...</span></div>
<div class="yiv2066082858MsoNormal" id="yui_3_2_0_1_1333454970973119" style="background-color: white; color: #454545; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt; line-height: 14px;"><br />
</span></div>
<div class="yiv2066082858MsoNormal" id="yui_3_2_0_1_1333454970973119" style="background-color: white; color: #454545; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">
<img height="266" src="http://www.alugueldetemporadabrasil.com/imagens_cidades/Salvador_10.jpg" width="400" /> </div>
<div class="yiv2066082858MsoNormal" id="yui_3_2_0_1_1333454970973119" style="background-color: white; color: #454545; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">
Foto: sem referência</div>
Lande Onawalehttp://www.blogger.com/profile/08315464304386406404noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-593492767472962092.post-24901627231651687122012-03-28T18:57:00.000-07:002012-03-28T18:57:55.067-07:00Coração Suburbano<div style="text-align: right;">Para Roberto Imolê</div><br />
o meu coração não quer<br />
ser completamente urbano<br />
não<br />
pulsa pop, pós-moderno<br />
baile funk de salão<br />
mas se larga à beira-mar<br />
lacrimando uma canção de amor<br />
mariscando sensações<br />
ruminando o tempo<br />
(todo tempo interior<br />
que eu me possa permitir)<br />
<br />
batendo no peito do povo de keto<br />
meu coração brilha<br />
para o mundo ver<br />
e volta sempre à mesma trilha<br />
lenta<br />
de trem no trilho<br />
volta sempre pra você<br />
<br />
meu coração de subúrbio<br />
quer o <i>plus </i>metropolitano<br />
sem os adereços violentos<br />
que lhe tirem o ar provinciano<br />
sem aquelas coisas mais (demais)<br />
que lhe turvem o céu<br />
ou em que possa sucumbir<br />
<br />
meu coração suburbano<br />
gosta das luzes da cidade<br />
da distância da cidade<br />
dessa possibilidade...<br />
<br />
Poema do livro <b>O vento</b>, 2003, pg.19.Lande Onawalehttp://www.blogger.com/profile/08315464304386406404noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-593492767472962092.post-59736424717303305482012-03-13T18:23:00.000-07:002012-03-13T18:23:45.509-07:00Queridas(os) Leitoras(es)Agradeço muito a vossa presença no lançamento. A festa não teria o brilho sem vocês. Aliás, não teria brilho. Marcamos mais um ponto pra Literatura Negro-brasileira. Espero que os tais contos possam devolver um pouco da inspiração, força e coragem que pretendi tirar de vidas como as tuas. Fomos tão mexidos nesses séculos, não? E ainda somos...<br />
Bem, o outono se avizinha...<br />
Boa Leitura.<br />
<br />
Lande M. Muzanzu OnawaleLande Onawalehttp://www.blogger.com/profile/08315464304386406404noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-593492767472962092.post-88121134462412498642012-02-23T05:57:00.000-08:002013-01-31T10:58:22.460-08:00Lançamento - Sete: diásporas íntimas<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiTs6G6VlGioyzrR5L3lKJlbsqRLUCkO8qzR7iAWpb_TORZ_H2tW1VuKZfomtA6rDfG_WXMCN5hygtsGwlts91DrP6UTCV_Y8OxMsoPqsfCuj9t6-GSr2PqXi-kSfQzOqZF6dDOwBwpNyAz/s1600/lancamento_sete_Lande.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="226" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiTs6G6VlGioyzrR5L3lKJlbsqRLUCkO8qzR7iAWpb_TORZ_H2tW1VuKZfomtA6rDfG_WXMCN5hygtsGwlts91DrP6UTCV_Y8OxMsoPqsfCuj9t6-GSr2PqXi-kSfQzOqZF6dDOwBwpNyAz/s320/lancamento_sete_Lande.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<div style="text-align: center;">
<b>(Clique na foto para ampliá-la)</b></div>
<br />
<b>Informações</b>:<br />
Camila Moraes (CEAFRO) - (71) 3283-5510<br />
Lande Onawale - landeonawale@yahoo.com.brLande Onawalehttp://www.blogger.com/profile/08315464304386406404noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-593492767472962092.post-81862440599729397512012-02-21T15:05:00.000-08:002012-02-21T15:05:55.387-08:00A bailarina<div style="text-align: right;">Para Fernanda Felisberto</div><br />
Não via a hora da estréia do comercial. Seria no horário nobre, e o bairro inteiro, aliás, a cidade inteira se tornaria um buchicho só no dia seguinte. À tarde, fora buscar o cachê da sua participação e, junto com as outras dançarinas, assistiu ao filme já editado. Faltava apenas a inserção da logomarca do produto. As evoluções por demais ensaiadas no estúdio e na escola de balé que frequentavam ficaram perfeitas. Os passos finais, em <i>slow motion</i>, culminavam com o salto de todas em direção à câmara. uma das colegas, a de perfil mais próprio, mais nórdico, mostra, na palma da mão, o copinho do iogurte anunciado - o produto disputando a tela com os sorrisos sadios das moças por breve 5 segundos de imagem congelada.<br />
Às 19 horas, a janela da sala - e o próprio cômodo - estava apinhada de gente. Quem possuía TV em casa ouviu as reclamações de quem não possuía o aparelho: todos consideravam mais emocionante assistir ao comercial na casa da artista.<br />
Plim Plim. Os moleque largavam as bolas de gude na réstia de barro onde brincavam e se enfiaram por entre as pernas dos adultos. A irmã da bailarina, na varanda, interrompeu o beijo e adentrou a sala arrastando o namorado pela mão. Os comerciais que se sucediam, mesmo os mais tolos, nunca tiveram uma plateia tão atenta e silenciosa.<br />
Começou. As moças dançavam como as cabeças dos expectadores. "Cadê ela?!" "Ali ó. Aquela de roupa azul." "Mas são várias! Bem que a TV poderia ser maior, né?", observou um vizinho. "No final fico mais visível", disse a dançarina aflita. "Psssiu!", repreendeu a mãe.<br />
Para todos os 30 segundos foram eternos. Quando o balé iniciou os movimentos finais, a bailarina inclinou-se instintivamente para a TV. na tela, ao canto superior direito, uma tarja branca com o nome do produto apareceu e foi escorregando em diagonal. Foi entrando... entrando... e parou, escondendo ao fundo seu rosto negro tão bonito.<br />
<br />
Conto presente no livro "Terra de Palavras", organizado por Fernanda Felisberto.<br />
<b>Terra de Palavras</b>: contos. Rio de Janeiro: editora Pallas; Afirma. 2004, pg. 35-36.Lande Onawalehttp://www.blogger.com/profile/08315464304386406404noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-593492767472962092.post-30679723090931444772012-02-18T05:11:00.003-08:002013-01-31T10:58:54.604-08:00Lançamento - Sete: diásporas íntimas<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgxwAqbQsXF5myedkYtGKLsXHdmeBQ-riv8f9pbg1ssLAavYyaMSpm6GMDCU3lbxzC6_ZnNyUXBFEbTZi3P7ZVITh5h6FCEI-KHlDHRiYkIFMdC1cuvN1KBPyfmFMUP51jzmN64kHsNZlmK/s1600/lancamento_sete_Lande.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="282" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgxwAqbQsXF5myedkYtGKLsXHdmeBQ-riv8f9pbg1ssLAavYyaMSpm6GMDCU3lbxzC6_ZnNyUXBFEbTZi3P7ZVITh5h6FCEI-KHlDHRiYkIFMdC1cuvN1KBPyfmFMUP51jzmN64kHsNZlmK/s400/lancamento_sete_Lande.jpg" width="400" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<b>Local</b>: CEAO, Salvador, Bahia</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
(Clique na imagem para ampliá-la)</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="color: #333333; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif;"><span style="font-size: 14px; line-height: 20px;"><br />
</span></span></div>
Lande Onawalehttp://www.blogger.com/profile/08315464304386406404noreply@blogger.com3