Para Roberto Imolê
o meu coração não quer
ser completamente urbano
não
pulsa pop, pós-moderno
baile funk de salão
mas se larga à beira-mar
lacrimando uma canção de amor
mariscando sensações
ruminando o tempo
(todo tempo interior
que eu me possa permitir)
batendo no peito do povo de keto
meu coração brilha
para o mundo ver
e volta sempre à mesma trilha
lenta
de trem no trilho
volta sempre pra você
meu coração de subúrbio
quer o plus metropolitano
sem os adereços violentos
que lhe tirem o ar provinciano
sem aquelas coisas mais (demais)
que lhe turvem o céu
ou em que possa sucumbir
meu coração suburbano
gosta das luzes da cidade
da distância da cidade
dessa possibilidade...
Poema do livro O vento, 2003, pg.19.
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