Bom, acabou que eu não disse uma palavra pela passagem do aniversário de Salvador. Quer dizer, pus um poema no blog... mas poema não é palavra...
463 anos...Tiro a primeira dezena para ser a minha idade. 463 anos do começo de uma dominação branca efetiva no território indígena...Como ainda se pode condenar tanto a invasão de terras e prédios nesses país? Invasão, não! Ocupação!
,,,e nós, em Salvador, vamos seguindo suspensos entre seus encantos e mazelas. Ou melhor, oscilamos emoções, como na letra de uma canção que fiz na adolescência e que vai abaixo deste texto. E como disse Gilberto Gil, Bahia, “...primeira missa, primeiro índio abatido também...primeiro carnaval, primeiro pelourinho também...”
Também abaixo, o poema Coração Suburbano, falando (talvez) da própria cidade, imaginando que certos modos metropolitanos pudessem tardar a chegar por aqui...
Salvador, Salvador
Residência do amor
Terra do meu senhor do Bonfim
Quando será o fim de tão pobres favelas?
Quando tuas calçadas deixaram de ser
Um tapete morto-vivo...?
São crainças e mães, todos eles mendigos
À espera de pães...de quem?
Salvador, Salvador
Quantas praias tão lindas, de belezas não findas
Como a dor das feridas expostas
Que ornamentam suas ruas
Passam pessoas cruas
Ficam pessoas, postas
A minguar por comida
A migrar de susas vidas
A migalhas caídas é que se mantém...
Foto: sem referência
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